"A gente sabe, a gente sempre sabe quando a coisa está bem ou está mal.
Quando o olho perde o brilho, quando o sorriso ilumina.
A gente sempre sabe quando a mão quer ou não a mão, quando a presença é ou não mais é imprescindível.
A gente sempre sabe o limite da paixão, onde transmuta em carinho, quando vira só admiração e quando já estava mesmo tudo perdido.
A gente sabe, a gente sempre sabe.
A gente sempre sabe a hora de avançar e a hora de recuar.
A gente sempre sabe reconhecer subterfúgios e estratagemas.
A gente sempre sabe o pulo do gato e a rota de fuga.
A gente sempre sabe o início, o meio e o fim.
A gente sabe, a gente sempre sabe.
E a gente sempre sabe que às vezes a gente corta, tenta arrancar, lava com álcool e removedor, mas a coisa fica ainda ali, incubada, latente, aguardando uma distração para se manifestar.
São velhas conhecidas as mentiras que a gente inventa.
A gente sabe, a gente sempre sabe quando a fonte seca e quando ainda há água para nossa sede"
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